Cariris, 2018
desenho sobre pedra cariri, base de madeira compensado cru, base acrílica, água, ventilador. 40cm x 40cm x 140cm 




Além da sua característica de pedra fóssil, das suas cores e seus desenhos, as pedras Cariri me interessam também pela história muda que carregam. O próprio nome “Cariri" significa "silencioso". Mas não só pelo simples fato de serem fósseis, e sim, porque são fósseis que revestem o cotidiano urbano desta parte do litoral nordestino. São pedras extraídas do sertão cearense, na região do Cariri, e exploradas comercialmente para a construção civil, sendo as e são as mais baratas. Revestem todo o calçadão da Praia de Iracema em Fortaleza-CE. O que mais me chama atenção é que possuem 100 milhões de anos e são passadas despercebidas pelos transeuntes que as pisam, em um litoral onde reina a especulação imobiliária. As escolhas dos signos presentes na conformação da instalação são convites à reflexão, não dados a priori, mas que desvelam as camadas que envolvem este trabalho com as pedras. Minha abordagem está em apresentar as próprias pedras, no formato em que são vendidas para a construção (lajotas 40cm x 40cm). Em algumas vê-se claramente fósseis de peixe, em outras, desenho figuras de prédios com lápis sanguínea, em alusão às pinturas rupestres.