“Ao ver os vídeos e imagens feitos durante as idas ao mar nas jangadas, observei que o horizonte nunca está reto. O
movimento constante da pequena embarcação em ondas gigantes, além da necessidade de equilibrar o corpo neste
balé em alto mar, torna quase impossível a tarefa de retificar o horizonte. A tradição da pintura e fotografia clássica
e moderna, tem como diretriz básica cuidar para que o horizonte esteja sempre reto e alinhado na paisagem. Porém,
esta não é a realidade nem o ponto de vista de quem está em uma jangada. Assim, como uma forma de emergir este
afeto do alto mar, trago para a pintura clássica o horizonte torto.”